sábado, 2 de julho de 2011

"Cantando na Chuva", por Rebecca B. França



Considerado pelo crítico de cinema norte-americano Roger Ebert como “Um dos maiores filmes musicais que Hollywood já produziu” o clássico “Singin' in the Rain” no Brasil, “Cantando na Chuva” que foi estrelado e dirigido por Gene Kelly e contou também com a direção de Stanley Donen em 1952 recebeu duas indicações ao Oscar de 1953. Concorreu para melhor atriz coadjuvante (Jean Hagen) e melhor trilha sonora (Lennie Hayton) porém perdeu os dois. A direção de arte ficou por conta de Randall Duell e Cedric Gibbons e o Studio responsável por tal produção foi a MGM.

“Cantando na Chuva” me encantou principalmente por seu humor leve e na medida certa. É seguramente um musical digno de elogios graças ao enorme profissionalismo dos atores que demonstraram talento que ultrapassa o da atuação passando para o campo da interpretação de músicas de forma cantada e dançando coreografias bem boladas. A já aclamada cena que Gene Kelly dança e canta na chuva é realmente interessante. Avaliei o filme pelo que ele se propõe, sendo uma obra com o intuito de entreter as massas e sem grandes reflexões sociais fazendo grande uso de escapismo, ou seja, distraindo a mente do telespectador de obrigações ou realidades sobre o mundo. A maquina de celebridades é exposta e uma vida onde se busca fama e reconhecimento é valorizada, a disputa ideológica bipolarizada com a URSS no pós 45 certamente reforça esse aspecto onde os filmes ajudam a vender o estilo de vida dos EUA. A obra contou com a participação de atores de charme e beleza como Gene Kelly interpretando o galante Dom Lockwood, Jean Hegen como a irritante Lina Lamont e Debbie Reynolds como a talentosa Kathy Selden, para completar o time o espirituoso ator Donald O’Connor interpreta o carismático pianista Cosmo Brown, melhor amigo de Dom. Um ano depois O’Connor ganha o Globo de Ouro de melhor ator em musical/comédia por essa produção.

O processo de Technicolor que consistia na coloração dos filmes. Foi utilizado até a década de 60, ou seja Cantando na chuva produzido em 1952 ainda está dentro dessa forma de coloração. Os filmes musicais, em sua maioria, foram inspirados no teatro musical e em peças da Broadway e no próprio roteiro de cantando na chuva isso fica explícito. A chamada “Era de Ouro dos Musicais” se inicia no pós II Guerra Mundial e vai até os primeiros anos da década de 1960

É basicamente um filme sobre filmes onde as disputas entre atores, produtoras e novas técnicas estão constantemente presentes. Sem contudo pesar no roteiro sempre leve de se assistir. A história se passa em 1927 e o inicio mostra a première do filme estrelado por Don Lockwood (Kelly) e Lina Lamont (Hagen) chamado “O patife Real” que seria produzido pela monumental pictures. É claro que a indústria de estrelas de Hollywood nos anos 30 já se fazia presente e o filme não deixa de retratar isso. Don e seu amigo Cosmo dançam e cantam bem, é uma bela demonstração do talento dos atores Kelly e O’Connor, mas não é pelo talento q sim pelo acaso que Don passa de Dublê para ator principal. Por se passar em 1927 “o patife real” é um filme mudo que faz grande sucesso. Lina é uma atriz de grande beleza e fama porém é irritante como pessoa e dona de uma voz terrível. A principio isso não lhe causa problemas pois é fato desconhecido pelo publico. O filme possui todo um clima musical e chega a ter mais de 15 cenas de dança. Um diálogo entre as personagens Don e Kathy no carro da moça revela a sutil rivalidade sempre presente entre cinema e teatro além das criticas que se faz ao espetáculo de distração das massas produzidos sobre a tutela da indústria cinematográfica. Kathy sugere que pantomima na tela não é atuar, “Atuar que sugere a fala, inclui grade palavras como em Ibsen e Shakespeare (grandes dramaturgos). Chateado com as idéias da moça em tom de ironia Don a chama de Ethel Barrymore uma aclamada atriz de teatro norte-americana.

Quando Don vai a uma festa só para celebridades, se depara com a apresentação de um pequeno curta metragem demonstrando uma nova tecnologia para filmes falados, o que divide as opiniões do público. “ A Warner Bros estaria produzindo um filme falado ‘O cantor de Jazz’ (...) Sucesso na primira semana”

A Produtora de Don resolve fazer um outro filme que se passaria na revolução francesa chamado “ O cavaleiro duelante” este não seria falado. Porém os planos mudam quando o filme falado da Warner cai no gosto do público. O novo filme de Dom é transformado em musical já que ele era dançarino no passado, contudo eles se confrontam com um problema; Lina a co-estrela não sabe cantar e/ou dançar. É nesse momento que surge a ideia de dublar a voz de Lina com a bela voz de Kathy . Na produçao do filme são feitas varias referencias a musicais da Broadway. Explorado cenario artificial e as cores berrantes

Cantando na chuva foi uma produção monumental em termos de legado por se tornar um clássico e em termos financeiros por ser aclamado pelo publico. Ainda hoje existiram no meio artístico diversas referências ao filme como foi o caso usado por Stanley Kubrick em Laranja Mecânica e usado por Ryan Murphy em um episódio de Glee, atual série de sucesso da FOX .

Um comentário:

  1. eu tenho esse filme e ele e um"super"classico mesmo !!gostei muito do blog!vida longa e sucesso!Marcos Punch.

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