domingo, 7 de junho de 2009
"Cantando na Chuva" por Alan Tonello
Indicado pelo American Film Institute como o melhor dentre os 25 melhores musicais do cinema americano de todos os tempos, “Cantando na Chuva” (Singin’ in the Rain, 1952), dirigido por Stanley Donen e Gene Kelly – que também estrela o papel principal – consagrou-se como a melhor realização musical no cinema, estando no auge da época dos grandes musicais, a década de 50, ficando ao lado de outros notáveis sucessos como “Alta Sociedade” (High Society, 1956), “Gigi” (1959), além de tantos outros musicais da Walt Disney.
Final da década de 1920. O cinema falado é a novidade do momento. Com o lançamento do primeiro filme provido de som sincronizado à imagem, “O Cantor de Jazz” (The Jazz Singer, 1927), inicia-se um estouro de lançamento de filmes musicais. Enquanto isso, um grupo de cineastas da fictícia Monumental Pictures grava seu filme, ainda mudo. Mesmo tendo como protagonistas o grande galã da época, Don Lockwood (Gene Kelly), e a queridinha do cinema mudo, Lina Lamont (Jean Hagen), os produtores viram que fazer mais um filme mudo não seria interessante, aderindo assim à novidade dos talkies.
Enquanto ia para um encontro entre figuras do cinema da época, Don Lockwood é abordado por várias fãs enlouquecidas, tendo que fugir em meio a um trânsito, pulando sobre carros e ônibus, caindo dentro do carro de Kathy Selden (Debbie Reynolds), a ingenue da história, pela qual desenvolve um instantâneo grande afeto, por ser uma bela moça, e desafeto, por ela lhe ter dito que atores de filmes mudos, como ele, não a impressionava e não passavam de simples caretas no telão. Don descobre em seguida que, diferente do que Kathy havia lhe dito, ela não era uma atriz de teatro, e sim uma simples cantora de coro de entretenimento, que por acaso fazia uma apresentação no encontro que Don havia ido. Nesse meio tempo, os produtores decidem transformar seu filme num filme falado, mas encontram uma nova dificuldade: a voz da protagonista, que até então não precisava falar nada por ser atriz de cinema mudo, era extremamente estridente e não condizia com sua bela imagem. Após passar semanas procurando por Kathy, Don a encontra pelos bastidores de um outro filme, e então persuade R.F. Simpson (Millard Mitchel), diretor do filme, a contratá-la. Em breve viriam que acertaram em cheio, pois Kathy possuía uma bela voz, que serviria para dublar a então protagonista Lina Lamont.
Após a pré-estreia do filme não agradar ao público, Don e Cosmo Brown (Donald O’Connor), seu melhor amigo e diretor musical do filme, decidem transformar seu projeto em um filme musical, para que, de fato, a voz de Kathy tivesse uma relevância e que o filme pudesse competir com os adversários musicais. A partir daí Dan, Kathy e Cosmo nos deliciam com as melhores cenas musicais do cinema mundial, dentre elas uma declaração de amor de Don para Kathy em “You Were Meant for Me”, o insight de transformar o simples filme falado em um musical em “Good Morning” e a mais famosa cena musical de todos os tempos, sem algum exagero, de um Don apaixonado e despreocupado em “Singin’ in the Rain”.
Finalmente, após a estreia definitiva e grande sucesso do filme, Don e Lina vão ao palco do cine-teatro para agradecer ao público pelo prestígio. Tomada pelo entusiasmo de se tornar agora uma atriz “cantante” e visto o tremendo sucesso do seu filme, Lina se esquece da condição de sua voz, e, deixando a plateia confusa, fala ao microfone com toda aquela agudez desengonçada possível. Logo mais, a pedido da plateia, inicia uma canção que estava no filme. Entretanto era dublada por Kathy, que se escondia atrás das cortinas do palco. Vendo a situação de Kathy, que agora se via transtornada por não ser dada seu devido valor, Don, Cosmo e R.F. decidem abrir as cortinas, revelando ao grande público a verdadeira responsável pela belíssima voz e fazendo com que obtivesse merecido mérito. Final feliz para todos, com exceção de Lina, que teria sua carreira de atriz-falante destruída; uma controvérsia interessante em relação a atriz intérprete de Lina, Jean Hagen, que teve sua voz dublada por uma outra atriz, já que não possuía tal agudez necessária à personagem e, de fato, tinha uma bela voz.
Clássico do cinema musical, “Cantando na Chuva” merece, sem dúvidas, todos os méritos que lhe são atribuídos, sendo uma obra obrigatória de se ver por todos os cinéfilos que gostam de apreciar o filme como uma ótima forma de entretenimento.
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