domingo, 7 de junho de 2009

"Cinderela em Paris" (Stanley Donen, 1957) por Ruana Pedrosa


Ao assistir um musical surgem algumas emoções. Talvez pelo fato da maioria deles serem românticos, ou das músicas e danças serem extremamente convidativas. Assim é Cinderela em Paris, um filme que conta de forma engraçada a saga da moça pobre, de estilo neste caso, que vira estrela.


A revista Quality é destaque na moda de Nova York, e está sempre inovando nas edições. Em um trabalho o fotógrafo, Dick Avery, procura mostrar a moda das mulheres inteligentes, e segue para tirar fotos numa livraria. Lá ele conhece Jo Stockton, uma vendedora com uma beleza dita engraçada e uma personalidade que resumiria em duas palavras: futilidade intelectual. Como nas novelas brasileiras, Jo encanta-se pelo fotógrafo neste primeiro encontro.


Dias depois a editora da revista, Maggie Prescott, anuncia que procura um novo rosto para representar a Quality. Dick indica Jo,após recusar Maggie aceita a proposta, mas quem rejeita é Jo que sai pelos corredores da revista, e só é convencida quando a caba por entrar na sala do fotógrafo . Dick conta que eles irão a Paris, cidade onde mora o maior ídolo de Jo, Emile Floster, um professor que teoriza sobre o enfaticalismo.


Seguem para Paris, Dick, Jo e Maggie. Nesta parte do filme a fotografia, que fora indicada ao Oscar, exibe a Cidade Luz de maneira romântica e linda.


No primeiro dia de trabalho Jo vai a um Café conversar sobre o enfaticalismo com pessoas que nem entendem seu idioma e não comparece para tirar suas medidas. Esse é um dos exemplos da futilidade da personagem de Audrey Hepburn, mas nada que retire a doçura da moça. O fotógrafo a encontra e faz ela voltar as suas obrigações.


É neste momento do filme que podemos apreciar os melhores figurinos da história, categoria que também concorreu ao Oscar. As roupas utilizadas por Jo são belíssimas e as fotografias que são do fotógrafo Richard Avelon, que inspira o personagem de Dick, as valorizam.


Finalmente Jo declara-se para Dick e forma-se o casal, mas no dia de sua apresentação como nova modelo, Jo vai outra vez ao Café encontrar seu ídolo, mais um exemplo de sua futilidade. Mas nesta parte da história concluímos a intelectualidade da personagem que realmente conhece sobre a filosofia que defende.


Dick a traz de volta, mas ocorre uma confusão em sua apresentação. Jo foge e vai a casa de Emile Floster, onde Dick e Maggie disfarçados de um casal de cantores, entram e tentam buscá-la. Dick tenta alertá-la sobre o interesse que Floster tem por ela, mas Jo não vai.
Jo percebe que o que Dick tinha falado sobre Emile era verdade e quebra uma estátua em sua cabeça. Ela vai ao desfile e mostra toda desenvoltura como modelo, é um sucesso, mas não consegue falar com Dick, que segue ao aeroporto para retornar a Nova York.


Ao final Jo corre para o local onde declarou-se para Dick, e ele encontra Floster no aeroporto que conta o ocorrido. Dick retorna ao desfile, mas não encontra, mas Jo. Ele vai ao seu encontro na igreja e se beijam.


Fred Astaire comentou que nos musicais cada número de dança deveria nascer espontaneamente duma situação ou de um personagem, do contrário não passa de music-hall. O filme tem essa qualidade interessante, numa cena comum todos começam a dança e cantar, subindo nas mesas ou fazendo coreografias no meio da rua. Depois tudo volta ao normal como se nada tivesse acontecido, é bonito de se ver.


O filme também foi indicado ao Oscar nas categorias de Roteiro Original e Direção de Arte. A interpretação dos atores Audrey Hepburn, como Jo, Fred Astaire, sendo Dick e Kay Thompson como Maggie, são fabulosas, demonstram a arte de atuar, cantar e dançar.


Cinderela em Paris é um musical amável, doce e sensível. Um típico “filme de menininha” com uma estética agradável para todos os olhos.

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