domingo, 7 de junho de 2009

"O Mágico de Oz" por Evandro Mesquita


"O Mágico de Oz" é um excelente conto de fadas, um clássico do cinema mundial. Realizado por Victor Fleming (1939), o filme começa em sépia mais depois de uns 20 minutos a terra de Oz aparece lá, coloridinha. É nesse comecinho que Judy Garland canta a música que fala do sonho da mocinha do Kansas de sair de perto da vizinha má que quer matar o pobre do cachorrinho Totó. “Over the Rainbow”, a famosa música composta por Harold Arlen e E. Y. Harburg ganhou dois Oscars, inclusive.

O enredo do filme pode ser facilmente condensado: uma menina triste e solitária de uma fazenda no Kansas sonha em viver num lugar melhor onde não precisará passar pelos vexames perpetrados por aquela odiosa e má vizinha. Durante um violento tornado ela é transportada a uma terra “além do arco-íris” onde encontra personagens mágicos de sua vida no Kansas transformados em seu inconsciente estado de sonho.

Após viajar por uma estrada de tijolos Amarelos até a Terra de Oz e da derrota da Bruxa do Oeste, Dorothy e seus amigos são recompensados pelo Mágico de Oz podendo pedir o que seus corações desejassem e Dorothy pede para voltar ao Kansas.
Este clássico do cinema mundial foi adaptado do livro infantil de Frank Baum (O Maravilhoso Mágico de Oz) escrito em 1899 e publicado em 1900. O filme consegue integrar perfeitamente as canções (escritas por Harold Arlen e E.Y. Harburg) com as ações do enredo proporcionando uma narrativa de suspense. O enredo foi usado, por alguns, como alegoria para explicar a situação política dos EUA na época em que foi escrito, incluindo a eleição presidencial de 1896 e o movimento populista da virada do século. Por exemplo, o Espantalho eram os fazendeiros do oeste que eram sábios, porém inocentes; o Homem de Lata eram os sofridos trabalhadores das fábricas do leste; a Bruxa do Oeste eram os donos das fábricas e banqueiros que controlavam as pessoas; O Mágico era o Presidente Grover Cleveland ou o candidato Republicano William McKinley; o Leão Covarde era o candidato democrata a presidência William Jennings Bryan; Dorothy era o povo americano com sua alma bondosa, etc.

Confesso que, a exemplo de Dorothy, me transportei a terras distantes ao assistir tal filme; é como se eu voltasse a minha infância e desejasse sair do bairro onde morava. Não porque os vizinhos eram maus ou minha família indesejável, mas porque, e como toda criança, a fantasia e as cores (arco-íris) são sonhos e idealizações de uma possível vida futura onde tudo será perfeito e colorido; onde com um toque um covarde será corajoso – um piscar de olhos e um boneco terá coração –uma palavra e logo o gatinho irá pensar.

Infelizmente, logo percebi que estava diante de uma ilusão, mas para não fugir como um covarde leãozinho, pedi ao Mágico para me trazer de volta à realidade, onde agora me encontro. Contudo, o paradoxal é que ao entrar no mundo do cinema, como estudante, estou tentando voltar aquele mundo da fantasia...

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